Sindicato reúne cerca de 500 servidores no Paço Municipal

Mesmo após a tentativa do poder Executivo de desestabilizar o movimento, o Sindicato dos Servidores Municipais de Passo Fundo (Simpasso), reuniu cerca de 500 servidores na tarde desta quarta-feira (23), no Paço Municipal. O motivo da mobilização foi a indignação com o Projeto de Lei Complementar que institui o novo plano de carreira dos servidores, além de outras demandas reivindicadas pelas diferentes categorias representadas pelo Sindicato.

Durante o ato, a diretoria esclareceu que, ao contrário do que divulga a Administração Municipal, não participou da construção do texto do PLC. “O Simpasso esteve em reuniões pontuais, onde foi informado e meramente comunicado de alguns pontos. Participar da construção do texto pressupõe muito mais”, disse a presidente Maria Bernadete de Matos, que ainda destacou que só teve acesso a matéria na íntegra, somente quando a mesma foi protocolada na Câmara de Vereadores.

Outro ponto explanado em assembleia, é de que o Projeto é sim de extremo prejuízo para o atual quadro geral, visto que extingue cargos e retira direitos, como a possibilidade de que os atuais servidores, ao prestarem novo concurso, levem seu tempo de trabalho ao buscar o adicional trienal. O Simpasso pede que o Executivo envie mensagem retificativa para alterar este e outros itens: “infelizmente temos que estar aqui na frente mendigando, lutando e pedindo por algo que é nosso, por direitos que a lei nos assegura”, disse o Diretor Sindical, Tiago Miguel Stieven.

No mesmo Projeto que extingue e cria cargos idênticos, reflexos diretos serão ocasionados no Ipasso e Capasemu, que terão arrecadações diminuídas ao longo do tempo. “Por mais que o número de cargos criados possa ser maior do que o de extintos, a arrecadação não será a mesma, impactando na majoração do déficit atuarial”, explicou Stieven aos servidores.

O Simpasso também sugere a alteração do item que traz a promoção dos servidores por avaliação de desempenho, especialmente no que diz respeito ao fato de que o servidor concursado poderá ser avaliado por cargos em comissão. “Aqui não estamos criticando nossos CC’s, mas por via de regra eles defendem o interesse da administração, enquanto o servidor efetivo defende o interesse dos servidores e das administrações ao longo dos anos, independentemente de partidos políticos”, explicou a presidente do Sindicato.

Com isso, o Simpasso mostra que, mais uma vez, o Poder Executivo Passo-fundense, ao invés de acolher os itens de avanços dos direitos dos trabalhadores municipais, enviou um projeto prejudicial, que coloca em extinção quase 50 categorias e desvaloriza o serviço público. “O Sindicato segue na luta para que o Executivo tenha a sensibilidade de acolher as sugestões de alterações no projeto, bem como avanços reais em direitos a tempo almejados pelas categorias. Seguiremos firmes, fortes e Vigilantes na luta”, falou Éverson Da Luz Lopes.

Câmara de Vereadores
Depois da assembleia no Paço Municipal, os servidores lotaram o plenário da Câmara de Vereadores para cobrar um posicionamento dos parlamentares. Após a participação de centenas de servidores na Sessão Plenária - que chamou a atenção dos edis - a diretoria do Simpasso foi convidada a se reunir com os vereadores da base do governo para ser ouvida. Na reunião, presidida pelo presidente Alberi Grando, as reivindicações do Sindicato foram explanadas. “O diálogo deveria ter ocorrido antes do projeto chegar à Câmara, com a constituição de uma comissão, mas agora seremos ouvidos de uma maneira ou de outra. Nossos servidores estão sobrecarregados, estão cansados e desgastados, e o nosso papel é defender os direitos deles”, finalizou a presidente.

O Simpasso seguirá vigilante e deve, nos próximos dias, convocar nova assembleia.